terça-feira, 2 de agosto de 2016

Motoristas e Cobradores X Empresa Viva Petrolina


Ricardo Rafael(Representante dos Motoristas)
 
Estivemos hoje pela manhã, eu (Prof. Edmilson), Rosalvo e Isabel, participando da sessão de retorno aos trabalhos da Câmara Municipal de Vereadores. Primeiramente devemos aqui mencionar a ausência de alguns vereadores, que ainda não voltaram de férias, só se encontravam na casa Plínio Amorim apenas 15 dos 19 vereadores (e ai eu lembro que enquanto nós trabalhadores só temos direito a uma férias, os nobres vereadores tiram duas férias).

Era esperado que na manhã de hoje fosse colocado em pauta o projeto do Vereador Geraldo da Acerola, que vai contra a retirada dos cobradores de ônibus de nossa cidade, fazendo com que sejam os motoristas obrigados à serem os cobradores, ou seja, assumindo uma dupla função. Ainda dentro desta discussão, não podemos deixar de lembrar aos nobres leitores que isso vai de encontro a legislação de trânsito, que exige que o condutor não dirija o veículo com apenas uma das mãos, ou falando ao celular, e etc... Com esta mudança realizada pela empresa, vários cobradores foram demitidos, e ainda pior, não receberam suas indenizações pois a empresa alega estar entrando em falência.

Então temos agora os motoristas também sendo cobradores, temos a viagem mais demorada, pois o motorista precisa primeiro cobrar, para só depois começar o deslocamento do veículo, o que não acontece, pois os mesmos precisam cumprir horário. E ai temos visto uma séria de pequenos acidentes em virtude do desvio da atenção dos motoristas (não porque eles queiram).


No início da sessão todos os vereadores pareciam comungar da mesma intenção, o de votar o projeto do Vereador Geraldo(PT), porém depois de algumas falas, o Sr. Vereador Ronaldo Silva destacou em sua fala que o projeto só poderia ser colocado em votação após serem ouvidos os órgãos competentes de Petrolina e demais interessados em Audiência Pública. Hora, o que se estranha aqui é que este projeto já era de conhecimento dos nobres vereadores, inclusive já havia entrado em pauta antes do recesso daquela câmara, e foi retirado por pressão dos vereadores sobre o vereador Geraldo, alegando que precisavam conhecer melhor o mesmo. Me surpreendeu mais ainda a forma displicente dos Vereadores, que pareciam desconhecer o projeto. Por que então não pediram esta audiência lá no primeiro momento quando foi colocada em pauta? Porque só agora sentiu-se a necessidade de ouvir o outro lado?

Outra questão a ser colocada e que talvez tenha feito diferença, foi a pouca presença da categoria. É necessário que os prejudicados se unam para poder pressionar os vereadores à votarem o projeto, ou ficarão no prejuízo, e os motoristas continuarão a exercer dupla função. É preciso levar a população para a câmara de vereadores, pois sem pressão popular continuaremos nesta humilhação.

O Vereador Ronaldo Souza(Cancão), entrou com requerimento de nº 180/2016 solicitando Audiência Pública para quinta-feira 04.08.16, onde serão ouvidas as partes: PRF, AMPLA, Sindicato dos Motoristas, Representantes da Associação dos Usuários, e outros. O requerimento foi colocado para votação, pois se a maioria fosse contrária já seria colocado em votação o projeto de lei, porém dos 15 vereadores presentes na casa Plínio Amorim, apenas 4 foram contra, os demais votaram a favor do requerimento, adiando assim a votação do referido projeto lei, empurrando para Deus sabe quando a decisão de favorecer os trabalhadores.. Foram eles:

A FAVOR DO REQUERIMENTO
- Ronaldo Souza
- Manoel da ACOSAP
- Ailton Guimarães
- Osório Siqueira
- Adalberto (Betão)
- Ednaldo Lima
- Major Enfermeiro
- Elismar
- Pedro Felipe
- Zé Batista
- Paraíba

CONTRA O REQUERIMENTO
- Geraldo da Acerola
- Maria Helena
- Cristina Costa
- Zé Nilton

AUSENTES
- Edilsão (Esteve na Câmara, porém não estava na hora da votação)
- Pérsio Antunes
- Elias Jardim
- Ibamar Fernandes

Foi apresentado pelo Ricardo Rafael(Representante da Categoria), uma folha com cinco projetos de outras câmaras municipais, que já se posicionaram contra esta mudança. Isso é inconstitucional, haja visto que o patrão demonstra um poder muito maior sobre o empregado. Não podemos e não vamos aceitar este tipo de pressão sobre o assalariado.

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