sexta-feira, 13 de julho de 2012

Rosalvo: “Estou procurando qual área o governo municipal avançou”

Rosalvo: “Estou procurando qual área o governo municipal avançou”
Na segunda e última parte da entrevista com o candidato a prefeito de Petrolina, Rosalvo Antonio (PSOL), ele ressalta ações voltadas ao meio ambiente.Rosalvo justifica que esse setor passa também por uma questão de saúde – a qual, aliás, precisa estar integradas com outras políticas, o que não acontece atualmente.
Entre outras coisas, o candidato disse que o programa “Nova Semente” não é “uma política de estado”, como deveria ser. Sobre a Compesa, ressaltou que submeterá os petrolinenses a um plebiscito para definir se querem ou não os serviços municipalizados, e reprovou o desempenho da atual gestão municipal: “Estou procurando qual a área, de fato, que o governo avançou”
.Confiram:
Blog – Quais os desafios que o senhor vai atacar na saúde, educação e no social, por exemplo no “Nova Semente”?
R.AA saúde tem que ser pública. Um hospital ou plano de saúde privado, que lucra com a doença, com a morte das pessoas, não vai ter jamais compromisso de promover saúde. Então é responsabilidade do poder público promover a saúde da população. Essa promoção tem de estar integrada com outras políticas.
Blog – E Já não é assim?
R.ANão é assim. Temos que cuidar do meio ambiente, por exemplo, inclusive de trabalho. Por isso é importante a gente fortalecer as vigilâncias, integrando com outras políticas para que haja uma interação. Agricultura, por exemplo, se temos uma grande utilização de venenos, precisamos fazer com que haja uma maior vigilância, e haja a aplicação do receituário agronômico, para garantir que tanto o trabalhador que está lidando diretamente com a lavoura, aplicando o veneno, quanto as pessoas que estão consumindo (os produtos da agricultura), tenham segurança. Precisamos mudar essa lógica, de apenas pensar no agronegócio – produção para exportação. Vamos tratar das políticas dentro da agricultura que viabilizem uma melhor qualidade de vida. Por exemplo, a agricultura orgânica é uma realidade que podemos trabalhar, enquanto município, incentivando pesquisas, dialogando com os órgãos federais existentes, colocando essa tecnologia a serviço da população. Outra coisa é o turismo ecológico, precisamos incentivar isso. A agrofloresta, a agroecologia, que é você plantar sem estar desmatando exacerbadamente, comprometendo a nossa e as futuras gerações do planeta. Precisamos zelar pelo Rio São Francisco, tirando os esgotos in natura, sem tratamento. E arborizar plenamente Petrolina. Precisamos fazer um grande debate sobre essa questão, fazer viveiros integrados com órgãos de pesquisa no município, e promover uma grande campanha por uma Petrolina arborizada. Não a Petrolina do prefeito verde, que está aí destruindo as políticas públicas.
Blog – e o “Nova Semente”?
R.ANo caso do “Nova Semente”, isso não é política de estado. Isso é um programa em que a população implanta creches, e o prefeito vem inaugurando. Tem a sua contrapartida, mas é muito pequena. Nós precisamos é transformar as creches em políticas de estado, tem de ser uma responsabilidade do estado dentro do sistema de seguridade social, que contempla saúde, assistência social e previdência.
Blog – Está voltando à baila a retomada dos serviços de água e esgoto para o município de Petrolina. Sem entrar no mérito se é ou não por questões eleitorais, o que o senhor acha disso?
R.ADesde a campanha passada que a gente já colocava que ia fazer, e vamos realizar, um plebiscito, para que a população diga se quer ou não os serviços da Compesa geridos pelo município. A partir da decisão da população, em caso afirmativo, vamos acionar os instrumentos jurídicos, inclusive políticos, se necessários, para a retomada da Compesa e assim podermos atender, já que a Compesa é uma empresa lucrativa, as necessidades básicas da população. É preciso que a gente trate a água dos projetos (de irrigação), leve água tratada para o interior do município e que a gente garanta a qualidade da água nos bairros e na área rural.
Blog – O senhor acha que a atual administração avançou em algumas áreas? Quais?
R.AEu estou procurando qual a área que de fato o governo avançou. Porque pegou o Laboratório Central e entregou a plano privado, e como já falei, plano privado visa a lucros e jamais vai se interessar em saúde pública. Obviamente a Constituição Federal o privado pode participar como complementar. Mas o que fizeram foi o privado como prioridade e a rede pública está como complementar. Então isso a gente vai reverter. Vamos priorizar a saúde pública (…) Vamos buscar as parcerias e os recursos necessários.
Blog – Na área cultural, os músicos de Petrolina fizeram um protesto na semana passada em relação a não continuidade do Festival Geraldo Azevedo, mas criticaram de uma forma geral a falta de ações para o setor. O senhor tem algum projeto nesse sentido?
R.AEstamos prestes a realizar uma oficina que vai tratar de cultura, esporte, lazer e juventude. A partir daí as diretrizes tiradas, e juntando às deliberações que existem das conferências de juventude e demais áreas, iremos inseri-las no nosso plano. Mas a princípio eu diria que os artistas terão todo nosso apoio. Nós queremos é fazer com que cada recanto respire cultura e esteja inserido na programação oficial do município. Temos muitos valores que estão aí esquecidos, e temos de criar os mecanismos e as formas de fazer com que esses jovens possam realizar o seu sonho. Mas não a cultura somente no aspecto da realização de eventos, como também na mudança de cultura de ver as coisas, e transformar a sociedade, que está aí tão desigual e excludente.
Blog – Candidato, suas considerações finais
R.AQueremos convocar idosos, crianças, juventude a participar diretamente da nossa campanha nos bairros, locais de trabalho, escola, nas igrejas. Porque a nossa campanha vai contar com pouco espaço no guia de TV e rádio, não temos como apresentar tudo aquilo que a gente deseja e sonha para Petrolina. Mas esse é um projeto de transformação cultural, de participação efetiva do povo, discutindo orçamento, políticas públicas e acompanhando os recursos que são do povo, voltem para o povo em forma de saúde, assistência social, de agricultura, das condições necessárias de esporte e lazer, enfim. De tudo aquilo que é importante e fundamental para que as pessoas tenham uma vida digna.

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