segunda-feira, 30 de abril de 2012

1°DE MAIO, DIA DO TRABALHADOR E Programa Nacional de TV do PSOL -- 26/04/2012


História do Dia do Trabalho

O Dia do Trabalho é comemorado em 1º de maio. No Brasil e em vários países do mundo é um feriado nacional, dedicado a festas, manifestações, passeatas, exposições e eventos reivindicatórios.

A História do Dia do Trabalho remonta o ano de 1886 na industrializada cidade de Chicago (Estados Unidos). No dia 1º de maio deste ano, milhares de trabalhadores foram às ruas reivindicar melhores condições de trabalho, entre elas, a redução da jornada de trabalho de treze para oito horas diárias. Neste mesmo dia ocorreu nos Estados Unidos uma grande greve geral dos trabalhadores.

Dois dias após os acontecimentos, um conflito envolvendo policiais e trabalhadores provocou a morte de alguns manifestantes. Este fato gerou revolta nos trabalhadores, provocando outros enfrentamentos com policiais. No dia 4 de maio, num conflito de rua, manifestantes atiraram uma bomba nos policiais, provocando a morte de sete deles. Foi o estopim para que os policiais começassem a atirar no grupo de manifestantes. O resultado foi a morte de doze protestantes e dezenas de pessoas feridas.

Foram dias marcantes na história da luta dos trabalhadores por melhores condições de trabalho. Para homenagear aqueles que morreram nos conflitos, a Segunda Internacional Socialista, ocorrida na capital francesa em 20 de junho de 1889, criou o Dia Mundial do Trabalho, que seria comemorado em 1º de maio de cada ano.

Aqui no Brasil existem relatos de que a data é comemorada desde o ano de 1895. Porém, foi somente em setembro de 1925 que esta data tornou-se oficial, após a criação de um decreto do então presidente Artur Bernardes.

Fatos importantes relacionados ao 1º de maio no Brasil:

- Em 1º de maio de 1940, o presidente Getúlio Vargas instituiu o salário mínimo. Este deveria suprir as necessidades básicas de uma família (moradia, alimentação, saúde, vestuário, educação e lazer)

- Em 1º de maio de 1941 foi criada a Justiça do Trabalho, destinada a resolver questões judiciais relacionadas, especificamente, as relações de trabalho e aos direitos dos trabalhadores.

sábado, 28 de abril de 2012

Relatório da ONU destaca desafios de países em relação a direitos de jovens

27.04.12 - Mundo Karol Assunção Jornalista da Adital Adital Apesar de alguns avanços, os investimentos nas juventudes ainda não são suficientes. Essa é uma das conclusões do relatório Seguimento dos programas de população, com especial referência aos adolescentes e jovens, apresentado nesta semana pelo Secretário Geral da Organização das Nações Unidas (ONU) no 45° período de sessões da Comissão de População e Desenvolvimento (CPD). "Os países têm avançado com vista ao cumprimento dos compromissos adquiridos no marco do Programa de Ação da Conferência Internacional sobre a População e o Desenvolvimento e as medidas-chave para sua execução posterior e os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio. Não obstante, apesar de que existam provas de peso sobre a importância da juventude para as perspectivas de desenvolvimento dos países, os investimentos nos jovens seguem sendo insuficientes”, avalia. De acordo com o relatório, o mundo atual possui a maior quantidade de jovens da história: são mais de 1,8 bilhão de pessoas entre 10 e 24 anos de idade. A grande maioria (cerca de 90%) vive em países em desenvolvimento. Apesar da quantidade de jovens e de alguns avanços em termos de políticas, o informe aponta que, em muitos casos, ainda falta investimento. Além da educação, um dos grandes problemas enfrentados pela juventude é o desemprego. Segundo o documento, a pouca oferta de trabalhos e a falta de conhecimento teórico e prático dificultam o acesso dos/as jovens ao emprego digno. "No final de 2010 havia em torno de 75,1 milhões de jovens desempregados. Por volta de 152 milhões dos jovens empregados seguem vivendo em uma situação de extrema pobreza, realizando trabalhos mal remunerados e em condições pouco seguras”, destaca. Outro ponto destacado pelo relatório é a questão da saúde e dos direitos sexuais e reprodutivos da juventude. Um das principais questões ainda é a falta de informação. Em países de rendas baixas e médias, segundo o informe, muitas meninas ainda têm seus filhos/as sem terem informações e apoios necessários. E a quantidade de adolescentes grávidas ainda é alta. O relatório indica que, entre os anos 2000 e 2009, 31% das jovens entre 20 e 24 anos de idade de países menos desenvolvidos tiveram filhos/as antes dos 18 anos. As que decidem não prosseguir com a gestação também passam por dificuldades, visto que muitos dos abortos são realizados em condições precárias. Além disso, a prática do sexo sem preservativo também contribui para o aumento de doenças sexualmente transmissíveis (incluindo o HIV/Aids). Por ano, são cerca de 3 mil novos casos de HIV entre jovens. O relatório também destaca que o Programa de Ação da Conferência Internacional sobre a População e o Desenvolvimento, realizado em 1994, no Cairo, sobre políticas, programas e recursos destinados aos jovens, ainda é uma meta não conquistada em muitos países. "Em geral, os jovens seguem tendo que fazer frente à pobreza, ao desemprego e ao subemprego, à educação inadequada, aos problemas de saúde e à violência. Os jovens pobres das zonas rurais, particularmente as meninas, são vulneráveis aos contatos sexuais não desejados e à violência baseada no gênero, o que inclui o matrimônio precoce e forçado. Não têm acesso a serviços de saúde sexual e reprodutivo para evitar as gestações não desejadas, os abortos praticados em condições de risco e as infecções de transmissão sexual, incluindo o HIV”, resume

quarta-feira, 25 de abril de 2012

12 anos de privatização da CELPE

12 anos de privatização da CELPE Heitor Scalambrini Costa Professor da Universidade Federal de Pernambuco No dia 17 de fevereiro de 2000, a Companhia Energética de Pernambuco - Celpe foi comprada, em leilão na Bolsa de Valores do Rio de Janeiro com um único concorrente, o Consórcio Guaraniana (formado pela Iberdrola Energia, Caixa de Previdência dos Funcionários do Banco do Brasil-Previ e BB Banco de Investimentos S.A), por R$ 1,7 bilhões. O contrato de concessão, com validade por um período de 30 anos, foi assinado em 30 de março de 2000. Mesmo o atual grupo, agora chamado de Neoenergia, ter como acionistas fundos de investimentos com participação societária é a companhia espanhola Hiberdrola quem controla 100% administrativamente a Celpe. A Neoenergia também é controladora da Companhia Energética da Bahia (Coelba) e da Companhia Energética do Rio Grande do Norte (Cosern). Possui forte concentração vertical, e atua nos segmentos de geração, transmissão, comercialização e distribuição, praticando contratos de self-dealing (auto-contratação). Como é o caso em Pernambuco, onde ¼ da energia comprada pela Celpe vem da TermoPernambuco (termelétrica do grupo Neoenergia) cujo preço é superior ao da hidroelétrica, sendo a diferença repassado para o consumidor. Ao justificar a venda da Celpe os gestores do Estado de então e seus opositores (os mesmos de agora, pois nada mudou, somente mudaram de lado: o que era situação virou oposição, e o que era oposição virou situação) prometiam a opinião pública, que as tarifas diminuiriam e que os serviços oferecidos à população iriam melhorar através da gestão privada. Ao completar 12 anos da venda da Celpe, alguns comentários e observações merecem destaques sobre estas assertivas. Neste período o lucro líquido da companhia foi de R$ 2,8 bilhões. Se levarmos em conta somente o lucro de 2008 até 2011, foi de R$ 1,8 bilhões, valor superior ao pago no leilão de privatização. O lucro é intrínseco ao sistema capitalista, e pode decorrer da eficiência da gestão que resulta na produtividade. Só que não é o caso da Celpe, pois ele é abusivo e conseguido graças à exploração daqueles que compram e pagam pelos serviços, os consumidores. Só para ter uma ordem de grandeza desta exploração descabida, entre 2007 a 2010, o lucro líquido da Celpe cresceu 43%, muito superior ao da inflação no período medido pelo IPCA que foi de 22,2%, e pelo IGPM que foi de 30%. Daí se perguntar, de onde vem tal lucro extorsivo? O aumento das tarifas está indexado ao Índice Geral de Preços do Mercado (IGP-M). O que é uma aberração, pois tal índice registra a inflação de preços desde matérias primas agrícolas e industriais até bens fiscais, abrangendo assim toda a população, sem restrição de nível de renda, ficando acima da inflação oficial, que é medida pelo Banco Central através do Índice Nacional de Preços ao Consumido Amplo (IPCA). Dai se levarmos em conta os reajustes médios a partir do primeiro ano de privatização até os dias de hoje (não levando em conta a aplicação da recomposição tarifaria extraordinária de 2,9% e 7,9% para distintas classes de consumidores que vigorou de 2001 a 2006, com a justificativa de cobrir os impactos financeiros causados pelo racionamento de energia sobre o caixa das distribuidoras e geradoras de energia elétrica, nem o Seguro de Capacidade Emergencial que elevou as tarifas de 3,3%), verifica-se um aumento médio total nas tarifas de 170%. No caso do reajuste de alta tensão (principalmente o setor industrial) o reajuste tarifário ainda foi maior, de 240%, e no de baixa tensão (residencial), foi de 130%. Por sua vez o índice que mede a inflação para aqueles que ganham de 1 a 40 salários mínimos, o IPCA, variou no mesmo período 102%. Como resultado desta constatação, conclui-se que o indexador utilizado nos reajustes tarifários anuais (IGP-M) exerce forte influência para a elevação do valor das tarifas. Normalmente, a correção de salários, aposentadorias, benefícios e pensões, e de outros rendimentos que possuem algum tipo de indexação tendem a acompanhar a variação observada do IPCA. Na prática, as tarifas elétricas estão subindo pelo elevador, enquanto os salários dos consumidores sobem pela escada. Ai está o nó da questão. Logo, se não houver uma revisão no contrato de concessão, sempre teremos esta enorme diferença entre a inflação oficial e o aumento da tarifa. Quanto aos serviços oferecidos, o Índice Aneel de Satisfação do Consumidor – IASC da Celpe deixa muito a desejar ao compararmos com outras empresas do país. Todavia são os consumidores é quem melhor podem melhor avaliar a qualidade destes serviços, que tem se deteriorado muito nos últimos anos, pelas reclamações e denuncias. Bem, somente esta breve analise com os números retirados dos balanços contábeis da empresa são suficientes para concluir que a privatização colaborou sensivelmente para o aumento das tarifas (bem acima da inflação que corrige o salário do trabalhador), e que a qualidade dos serviços caiu drasticamente conforme constatado no dia a dia da população pernambucana. Privatização para que? Para quem?

A Revolução Nacional Boliviana, 60 anos depois

Escrito por Atilio Boron Sábado, 21 de Abril de 2012 A imprensa, inclusive a de inclinações esquerdistas, parece não ter reparado que num 9 de abril como o que passou, mas em 1952, triunfava a Revolução Nacional Boliviana, a mais radical depois da Revolução Mexicana (1910-1917) e, em outro sentido, precursora da Revolução Cubana. Foi uma jornada heróica, que culminou quando o exército, cão de guarda da oligarquia mineradora e proprietária de terras, foi derrotado, desarmado e dissolvido pelos mineiros, após dois dias de combates ferozes. Como no México antes, e Cuba depois, a derrota do exército é a marca decisiva de toda revolução. Como veremos mais abaixo, os acontecimentos na Bolívia impactaram enormemente o jovem Ernesto Guevara, anos antes de se transformar no Che. Assim como impactou outro jovem, brilhante como ele, Fidel Castro, que em sua célebre defesa “A história me absolverá” (16 de outubro de 1953) dizia a juízes que “se quis estabelecer o mito das armas modernas como pressuposto de toda impossibilidade de luta aberta e frontal do povo contra a tirania. Os desfiles militares e as exibições aparatosas dos equipamentos bélicos têm por objetivo fomentar esse mito e criar na cidadania um complexo de absoluta impotência. Nenhuma arma, nenhuma força é capaz de vencer o povo que se decide a lutar pelos seus direitos. Os exemplos históricos, passados e presentes, são incontáveis. Está bem recente o caso da Bolívia, no qual os mineiros, com cartuchos de dinamite, derrotaram e massacram os regimentos do exército regular” (1). A história da Revolução Boliviana oferece numerosos ensinamentos de grande utilidade para as lutas emancipatórias que travam nossos povos. Suas conquistas iniciais foram imensas, impossíveis de subestimar. Mas careceram de sustentação política, econômica e ideológica, necessárias para a garantia de sua irreversibilidade. A revolução começou a ser gestada poucos meses antes, em 1951, quando o Movimento Nacionalista Revolucionário (MNR), liderado por Victor Paz Estenssoro, triunfa nas eleições presidenciais deste ano. Pouco depois, se produz um golpe de Estado, promovido pela oligarquia mineradora, que instala uma Junta Militar com o objetivo de impedir o acesso ao poder do chefe do MNR, que acaba se exilando na Argentina. O que se segue é uma crescente inquietude social e política que se traduz primeiro em uma impetuosa mobilização de mineiros e camponeses, e pouco depois ao que a teoria marxista denomina uma “dualidade de poderes”. Quer dizer, uma profunda brecha no Estado burguês, que debilitado pela rebelião “dos de baixo” perde sua capacidade de reclamar e obter a subordinação a suas ordens, portanto, não pode impedir o surgimento de um formidável antagonista, um poder real, efetivo, não formal nem constitucional, mas um poder constituinte baseado no imenso apoio popular do bloco formado pelos camponeses e mineiros em armas. Tal como advertiu Lênin, situações deste tipo são altamente instáveis e rapidamente se definem em uma ou outra direção. Isso foi precisamente o que ocorreu em 9 de abril de 1952, na massiva insurreição popular que teve como epicentros La Paz e Oruro. Ali, o exército foi derrotado e desmantelado, substituído por milícias populares de mineiros e camponeses, ao melhor estilo Comuna de Paris. Essas jornadas, banhadas pelo sangue de pelo menos 500 mortos, abriram o caminho para a conformação de um governo provisório sob mando de Hernan Siles Suazo, outro dirigente do MNR, e o mais importante dirigente sindical da época, o mineiro Juan Lechín Oquendo, que foram literalmente instalados no Palácio Quemado pelas massas à espera do retorno ao país de quem consideravam seu legítimo presidente, Victor Paz Estenssoro. A derrota e dissolução do exército foi uma das grandes conquistas revolucionárias dos acontecimentos de abril de 1952. Mas houve outros: pouco depois, em julho do mesmo ano, aprovou-se uma nova legislação, concedendo o sufrágio universal às mulheres, aos analfabetos e aos indígenas. Em outubro, se nacionalizaram as minas, principalmente as de estanho, tradicionalmente em mãos de uma tríade de grandes proprietários conhecida como os “barões do estanho”: Simon Iturri Patinõ, Carlos Victor Aramayo e Mauricio Hochschild. Com a nacionalização, tais empresas passaram a fazer parte de uma nova corporação estatal mineradora, a COMIBOL, ao passo que o governo assumia o monopólio da exportação de estanho. Ao mesmo tempo, se lançam programas para promover a industrialização do estanho na Bolívia, fomentar as atividades petrolíferas no oriente boliviano e no sul, de maneira mais geral, e afirmar a soberania nacional sobre os recursos naturais do país, construindo caminhos que permitissem unir o ocidente do altiplano com as planícies orientais. De enorme importância é a divisão agrária, que se institucionalizou com a Lei de Reforma Agrária de agosto de 1953, que permitiu a destituição do latifúndio, concentrado nas regiões andinas, e a distribuição de terras aos indígenas, ao mesmo tempo em que favoreceu a sindicalização dos camponeses. A criação da COB (Central Operária Boliviana) teve lugar dias depois do triunfo da insurreição. A COB foi um dos pilares fundamentais de apoio ao novo governo por sua ativa participação em todos os níveis do aparato estatal. Seu líder histórico, Juan Lechín Oquendo, foi eleito Secretário Geral da COB e nomeado ministro das Minas e Petróleo do novo governo. Foi um dos líderes populares mais conscientes de que sem armar adequadamente as milícias populares a estabilidade do novo governo se veria comprometida. Lamentavelmente, suas palavras caíram no vazio. Dizíamos no início que apesar de suas conquistas a Revolução Boliviana não conseguiu evitar uma curva descendente, que a conduziu a uma derrota definitiva em 4 de novembro de 1964 com o golpe de Estado de René Barrientos Ortuño, sinistro personagem que como presidente da Bolívia orquestraria, junto à CIA e o Pentágono, a caça e posterior assassinato de Che em território boliviano. Mas a derrota da revolução já pulsava em seu seio muito antes. Em primeiro lugar, pela política de alianças, porque mesmo que em sua fase inicial o poder real estivesse nas mãos dos operários e camponeses armados, a representação política da revolução foi confiada ao MNR e seus líderes, expoentes de um setor social que apesar de seu discurso anti-oligárquico conservava estreitos laços com essa classe e a burguesia boliviana. Pior ainda, tanto Paz Estenssoro como Siles Suazo demonstraram ser facilmente cooptáveis pela astuta diplomacia estadunidense. Contrariamente ao habitual, essa não demorou a reconhecer o novo governo surgido dos feitos revolucionários de abril, em que pese que neste mesmo momento preparava uma invasão de mercenários para depor o governo de Jacobo Arbenz na Guatemala. A importância que o estanho tinha para a indústria militar dos Estados Unidos e sua acumulação de reservas minerais, estratégica nos marcos da Guerra da Coréia e do perigo de uma Terceira Guerra Mundial, é sem dúvida um dos fatores que explica atitudes diferentes em um e outro caso. Enquanto Washington tinha muitos países que lhe podiam vender café ou as bananas que a Guatemala exportava, não havia tantos que pudessem oferecer o estanho que necessitava seu aparato industrial e militar. De fato, pouco mais da metade das exportações deste mineral foram adquiridas pelos Estados Unidos, o que colocava o império nas melhores condições possíveis de negociação para impor suas políticas. Além do mais, a fragilidade estrutural da economia boliviana, sem saída ao mar e lastreada por séculos de opressão e exploração, a tornava muito dependente dos programas de “ajuda” disponibilizados por Washington. E as fraquezas ideológicas da pequena burguesia do MNR, sob pretexto da necessidade de ser “realistas” e não contrapor os interesses imperiais, permitiram encerrar o círculo de submissão ao imperialismo. Um dos elementos cruciais que os Estados Unidos controlou com muita sagacidade foi a necessidade “técnica” de reconstituir o derrotado exército. Efetivamente, dois anos depois do triunfo da revolução se reabria a Escola Militar e começava o processo de liquidação das milícias populares. Seria o exército quem, em 1964, dispararia o tiro de misericórdia na revolução. Em todo caso foi essa necessidade de manter as “boas relações” com o império que marcou o início do Termidor revolucionário. A Revolução Nacional não só foi uma revolução traída como também interrompida. Conta um de seus biógrafos que enquanto Ernesto Guevara, de passagem pela Bolívia em sua segunda viagem pela América Latina, esperava para ser recebido por um alto funcionário do recentemente estabelecido Ministério dos Assuntos Camponeses, se encontrou com um grupo de índios que tinham chegado ao lugar para recolher os títulos de propriedade prometidos pela repartição agrária. Mas antes de chegarem ao escritório do funcionário a cargo do expediente, ele os enfileirou e lhes aspergiu inseticida. Guevara comentaria, em uma de suas cartas, que “o MNR faz a revolução com DDT” (2). O drama de 1952 poderia se resumir assim: uma revolução feita por operários mineiros e camponeses, que juntos empunham as armas e destroem o sustentáculo fundamental da decrépita ordem oligárquica, o exército, para depois ceder o controle do Estado aos aliados pequeno-burgueses do campo popular e aceitar que fossem eles, e não quem até então tinha o poder real em mãos, isto é, as armas, os que determinariam o rumo do governo surgido de uma revolução, cujo destino seria, doze anos depois, vítima de uma contra-revolução. Outros fatores que também operaram foram os seguintes: a) a divisão agrária que ao não estar acompanhada de intenso trabalho de organização e educação políticas terminou por acuar os camponeses a seu pequeno quinhão, abandonando a cena política. Ocorreu aqui algo similar ao acontecido com os camponeses arrendatários franceses analisados por Marx em seu18> de Brumário de Luis Bonaparte: o fetichismo que cria a propriedade privada sobre uma ínfima – a rigor, misérrima! – porção de terra, que os desmobilizou e, pior ainda, durante algum tempo os converteu em bases de apoio de diversos governos anti-revolucionários, como o do já mencionado René Barrientos Ortuño; b) por outro lado, os setores mineiros não conseguiram uma sólida e duradoura aliança com os camponeses e o progressivo isolamento dos primeiros facilitou, poucas décadas depois, sua debilitação organizacional, até terminar em sua desaparição como atores econômicos ou políticos de relevância na Bolívia contemporânea; c) O ativismo estadunidense para frustrar processos revolucionários, tanto de fora – com pressões econômicas e políticas, mentirosas promessas de colaboração, ou ameaças veladas ou abertas de intervenção – como de dentro, atraindo para a sua hegemonia setores de um certo nacionalismo popular que, em sua ilusão, sonhavam com um projeto nacional que ao mesmo tempo não fosse socialista e fosse radicalmente anti-imperialista, coisa que algumas vezes se demonstrou impossível. d) por último, a violação na Bolívia do MNR de uma espécie de “cláusula pétrea” de todas as revoluções e/ou processos de reformismo radical: ou se avança resolutamente em direção a novas metas que aprofundem a estabilidade e irreversibilidade das conquistas iniciais ou o processo estanca, decai e morre. Mas apesar desse breve balanço de vitórias e derrotas, é justo e necessário render homenagem ao heroísmo e abnegação demonstrados pelo povo boliviano nas épicas batalhas travadas há sessenta anos. Os méritos dos revolucionários de abril não se mancham pela capitulação do fracassado governo instaurado pela revolução. O trabalho da insurreição não foi tão metódico e radical como deveria, apesar das óbvias perguntas contra-fáticas sobre se as coisas poderiam ou não ter ocorrido de outra maneira. Em todo caso, o certo é que com o fim do ciclo revolucionário aberto naquela ocasião teriam de transcorrer 50 longos anos – anos de sofrimento, miséria e morte para o povo boliviano – para que no início deste século se pusesse fim a tanta decadência nas grandes mobilizações populares que, em 2005, culminaram na eleição de Evo Morales à presidência da Bolívia, abrindo assim um novo e luminoso capítulo na história deste país irmão. Notas: 1) Fidel Castro Ruz, A História me absolverá - edição definitiva e anotada. 2) Ver Frank Niess, >Che Guevara. Essa história também narra o Che em >América Latina, despertar de um continente, uma compilação de suas notas de viagem. Em uma dessas cartas, Che dizia que uma revolução que age desse modo com os camponeses “não pode ser uma revolução verdadeira”. Atilio Borón é doutor em Ciência Política pela Harvard University, professor titular de Filosofia da Política da Universidade de Buenos Aires e ex-secretário-executivo do Conselho Latino-Americano de Ciências Sociais (CLACSO). Website: www.atilioboron.com.ar Tradução: Gabriel Brito, jornalista do Correio da Cidadania. Última atualização em Quarta, 25 de Abril de 2012 Para ajudar o Correio da Cidadania e a construção da mídia independente, você pode contribuir clicando abaixo. div>

segunda-feira, 23 de abril de 2012

Del Feliz no Bahia Meio Dia - TV Bahia em 29-04


DEL FELIZ MAIS UMA VEZ FORA DO SÃO JOÃO DE PETROLINA?
Para situar os Petrolinenses sobre o artista, Del é Autor da música Petrolina juntamente com o Compositor Rosalvo Antonio e letrista Adail Mena. Uma bela homenágem que se confunde como sendo o mais novo Hino do Município, muito tocada nos festejos momescos, juninos e aniversários da cidade para não dizer que diariamente as rádios AM e FM da Região executam essa bela música, que esta interpretada pelo Dueto Del Feliz e Geraldo Azevedo.
Del feliz não se cansa de apostar na Região está vindo nos próximos dias para divulgar o seu 12° trabalho.

Parceiro do Poeta Rosalvo Antonio, nas música: Petrolina-Del Feliz, Rosalvo Antonio e Adail Mena; São José do Egito - João de Carvalho, Rosalvo Antonio e Del Feliz, A Estrada - Carlos Augusto, Rosalvo Antonio, Del Feliz e Adail Mena... Del gravou de Rosalvo Antonio e Gilmar Santos a música Nas Asas da Asa Branca, que homenageia o Rei do Baião,Luiz Gonzaga, colocado em quatro trabalhos, em três CDs e em um DVD. Paixão de Passarinho - Rosalvo Antonio, Carlos Augusto e Aurélio José.

Locutores e a população de Petrolina ja aprovaram o trabalho artistico de Del Feliz, que já gravou com os maiores ícones da música popular nordestina, a exemplo de Dominguinhos, Alcymar Monteiro, Santana, Flávio José, Geraldo Azevedo, Adelmário Coelho, Elba Ramalho, Luiz Caldas, Sergio Mendes, Amorosa,compôs com Flávio Leandro, dentre tatos outros artistas. Agora só está faltando ser contratado para os festejos de Petrolina e Juazeiro, cidades que o artista homenagiou no CD Cantos do Nordeste. Agora uma pergunta, estaria Del Feliz fora do São de Petrolina, por ser parceiro de um compositor é pré-candidato a Prefeito pelo PSOL/Rosalvo Antonio, a mesquinês chegaria a tanto? não seria perseguição política? injustiça com um dos maiores forrozeiros do nordeste?

quinta-feira, 19 de abril de 2012

O papa e a utilidade do marxismo

Terça, 17 de Abril de 2012
O papa Bento XVI tem razão: o marxismo não é mais útil. Sim, o marxismo conforme muitos na Igreja Católica o entendem: uma ideologia ateísta, que justificou os crimes de Stalin e as barbaridades da Revolução Cultural chinesa. Aceitar que o marxismo conforme a ótica de Ratzinger é o mesmo marxismo conforme a ótica de Marx seria como identificar catolicismo com Inquisição. Poder-se-ia dizer hoje: o catolicismo não é mais útil. Porque já não se justifica enviar mulheres tidas como bruxas à fogueira nem torturar suspeitos de heresia. Ora, felizmente o catolicismo não pode ser identificado com a Inquisição, nem com a pedofilia de padres e bispos. Do mesmo modo, o marxismo não se confunde com os marxistas que o utilizaram para disseminar o medo, o terror, e sufocar a liberdade religiosa. Há que voltar a Marx para saber o que é marxismo; assim como há que retornar aos Evangelhos e a Jesus para saber o que é cristianismo, e a Francisco de Assis para saber o que é catolicismo. Ao longo da história, em nome das mais belas palavras foram cometidos os mais horrendos crimes. Em nome da democracia, os EUA se apoderaram de Porto Rico e da base cubana de Guantánamo. Em nome do progresso, países da Europa Ocidental colonizaram povos africanos e deixaram ali um rastro de miséria. Em nome da liberdade, a rainha Vitória, do Reino Unido, promoveu na China a devastadora Guerra do Ópio. Em nome da paz, a Casa Branca cometeu o mais ousado e genocida ato terrorista de toda a história: as bombas atômicas sobre as populações de Hiroshima e Nagazaki. Em nome da liberdade, os EUA implantaram, em quase toda a América Latina, ditaduras sanguinárias ao longo de três décadas (1960-1980). O marxismo é um método de análise da realidade. E mais do que nunca útil para se compreender a atual crise do capitalismo. O capitalismo, sim, já não é útil, pois promoveu a mais acentuada desigualdade social entre a população do mundo; apoderou-se de riquezas naturais de outros povos; desenvolveu sua face imperialista e monopolista; centrou o equilíbrio do mundo em arsenais nucleares; e disseminou a ideologia neoliberal, que reduz o ser humano a mero consumista submisso aos encantos da mercadoria. Hoje, o capitalismo é hegemônico no mundo. E de 7 bilhões de pessoas que habitam o planeta, 4 bilhões vivem abaixo da linha da pobreza, e 1,2 bilhão padece fome crônica. O capitalismo fracassou para 2∕3 da humanidade que não têm acesso a uma vida digna. Onde o cristianismo e o marxismo falam em solidariedade, o capitalismo introduziu a competição; onde falam em cooperação, ele introduziu a concorrência; onde falam em respeito à soberania dos povos, ele introduziu a globocolonização. A religião não é um método de análise da realidade. O marxismo não é uma religião. A luz que a fé projeta sobre a realidade é, queira ou não o Vaticano, sempre midiatizada por uma ideologia. A ideologia neoliberal, que identifica capitalismo e democracia, hoje impera na consciência de muitos cristãos e os impede de perceber que o capitalismo é intrinsecamente perverso. A Igreja Católica, muitas vezes, é conivente com o capitalismo porque este a cobre de privilégios e lhe franqueia uma liberdade que é negada, pela pobreza, a milhões de seres humanos. Ora, já está provado que o capitalismo não assegura um futuro digno para a humanidade. Bento XVI o admitiu ao afirmar que devemos buscar novos modelos. O marxismo, ao analisar as contradições e insuficiências do capitalismo, nos abre uma porta de esperança a uma sociedade que os católicos, na celebração eucarística, caracterizam como o mundo em que todos haverão de “partilhar os bens da Terra e os frutos do trabalho humano”. A isso Marx chamou de socialismo. O arcebispo católico de Munique, Reinhard Marx, lançou, em 2011, um livro intitulado “O Capital – um legado a favor da humanidade”. A capa contém as mesmas cores e fontes gráficas da primeira edição de “O Capital”, de Karl Marx, publicada em Hamburgo, em 1867. “Marx não está morto e é preciso levá-lo a sério”, disse o prelado por ocasião do lançamento da obra. “Há que se confrontar com a obra de Karl Marx, que nos ajuda a entender as teorias da acumulação capitalista e o mercantilismo. Isso não significa deixar-se atrair pelas aberrações e atrocidades cometidas em seu nome no século XX”. O autor do novo “O Capital”, nomeado cardeal por Bento XVI em novembro de 2010, qualifica de “ético-sociais” os princípios defendidos em seu livro, critica o capitalismo neoliberal, qualifica a especulação de “selvagem” e “pecado”, e advoga que a economia precisa ser redesenhada segundo normas éticas de uma nova ordem econômica e política. “As regras do jogo devem ter qualidade ética. Nesse sentido, a doutrina social da Igreja é crítica frente ao capitalismo”, afirma o arcebispo. O livro se inicia com uma carta de Reinhard Marx a Karl Marx, a quem chama de “querido homônimo”, falecido em 1883. Roga-lhe reconhecer agora seu equívoco quanto à inexistência de Deus. O que sugere, nas entrelinhas, que o autor do “Manifesto Comunista” se encontra entre os que, do outro lado da vida, desfrutam da visão beatífica de Deus. Frei Betto é escritor, autor do romance “Um homem chamado Jesus” (Rocco), entre outros

segunda-feira, 16 de abril de 2012

PSOL DE PETROLINA CONVOCA FILIADOS E SIMPATIZANTES PARA REUNIÃO GERAL

EDITAL DE CONVOCAÇÃO ASSEMBLÉIA GERAL EXTRAORDINÁRIA
Pelo presente Edital, a Comissão Executiva Municipal do PSOL/Petrolina, no uso das suas atribuições legais, convoca todos os filiados e simpatizantes, para uma Assembleia Geral Extraordinária, a ocorrer: Data: 22 de Abril de 2012 (Domingo; Hora: 8h30; Local: Sede do STR/Petrolina; Pauta: 1 – Informes Gerais; 2- Planejamento das Comissões Permanentes de Mulher e Juventude; 3 - Calendário de Atividades da Escola de Formação do PSOL; 4 – Outros de interesse do Partido. Petrolina, 14 de Abril de 2012 Ivan Rodrigues de Morais Presidente Rosalvo Antonio da Silva Secretário

sábado, 14 de abril de 2012

PSOL e PSTU fecham aliança para a disputa em Petrolina

Sertão Professor Rosalvo Antonio, do PSOL, será candidato a prefeito mais uma vez, na maior cidade sertaneja Publicado em 13/04/2012, às 00h08 Roseane Albuquerque JC O PSOL em Petrolina – que mais uma vez apresenta o professor Rosalvo Antonio como pré candidato a prefeito deste município que é um dos maiores colégios eleitorais do Estado - vai receber o apoio do diretório regional do PSTU para o pleito de 2012. A informação foi publicada na página eletrônica do partido em Petrolina. "Estamos felizes com esta decisão do PSTU e agradecemos a confiança da direção estadual. A construção de uma sociedade socialista requer união entre a esquerda e compromisso com as transformações sociais", afirmou Rosalvo Antonio, que promete ampliar o leque de apoios com os movimentos sociais, sindicais e de "todos que sonham com uma Petrolina diferente, democrática e sobretudo justa”. A eleição em Petrolina já tem entre os pré-candidatos o atual prefeito Júlio Lóssio (PMDB) - que disputará a reeleição -, o deputado federal Fernando Filho (PSB), filho do ministro da Integração Nacional e ex-prefeito Fernando Bezerra Coelho, e o deputado estadual Odacy Amorim (PT), que nas eleições passadas (2008) era prefeito e foi impedido de disputar a reeleição por ter pedido a prévia do PSB (seu partido na época) para o deputado Gonzaga Patriota.

DURANTE LANÇAMENTO DE PRÉ-CANDIDATURA O PSTU REAFIRMA APOIO A CANDIDATURA DE ROSALVO DO PSOL PETROLINA

Durante o lançamento da pré-candidatura de Jair Pedro a prefeito do Recife, pelo PSTU, sexta-feira passada,que contou com a presença de representantes do PSOL e do PCB, na sede do MTC - Movimento dos Trabalhadores Cristãos, na Boa Vista, os Dirigentes do PSTU, reafirmaram o apoio a candidatura de Rosalvo em Petrolina. Rosalvo Antonio que se fez presente ao ato político, usou da palavra e agradeceu a confiança e conclamou a todos para o fortalecimento da esquerda em Petrolina com a constituição do PCB e do PSTU, entendemos que para isso precisamos nos unir cada fez mais em defesa do Socialismo, de uma sociedade fraterna e solidária Jair Pedro Pré-candidato a prefeito do Recife, pelo PSTU, declarou durante seu discurso também mencionou o nome de Rosalvo garantindo o seu apoio a candidatura de Rosalvo PSOL/Petrolina e as candidatura de esquerda tem o objetivo de "reafirmar o compromisso com a classe trabalhadora e principalmente reforçar o a união PSTU, PSOL e ao PCB para compor a Frente de Esquerda em Recife e nos demais municípios de Pernambuco a exemplo de Petrolina onde o Partido já definiu o apoio a candidatura de Rosalvo do PSOL. Outra questão destacada é o combate a política das Oligarquias, como por exemplo no Sertão, onde uma só família dita as regras diro ou através de suas vertentes , a direta e a política da Frente Popular que vem demonstrando total desrespeito e descompromisso com os trabalhadores. “Queremos mostrar aos trabalhadores que eles tem alternativas sim e juntar esses três partidos será muito importante. A composição da Frente de Esquerda pode demonstrar à população uma unidade singular entre os lutadores e lutadoras que defendem os interesses da classe trabalhadora”, afirma Jair Pedro. Jair é fundador do PSTU em Pernambuco e trabalha como servidor público estadual no setor da saúde, local onde milita politicamente há 19 anos. Ele foi candidato a governador do estado em 2010. veja mais na próxima postágem

domingo, 8 de abril de 2012

O PSTU DECLARA PUBLICAMENTE APOIO A CANDIDATURA DE ROSALVO PSOL/PETROLINA

VEJA TRECHO DO E-MAIL ENVIADO PELO PRESIDENTE REGIONAL DO PSTU, GUILHERME AOS MILITANTES DO PSOL
Companheiros(as) do PSOL em Petrolina, A Direção Regional do PSTU em Pernambuco, após avaliar a candidatura do Companheiro Rosalvo Antonio do PSOL, seu compromisso com o Socialismo e em defesa das lutas dos movimentos populares e sindicais da região, além de ser uma candidatura que enfrenta as oligarquias historicamente ligada a família dos coelhos e suas Vertentes, vem declarar publicamente apoio a essa candidatura por significar o elemento mais progressivo nas eleições municipais dessa cidade... No e-mail o PSTU declara que vai mobilizar suas bases e militantes do partido em Petrolina, alem de apresentar propostas como contribuição ao Programa de Governo, que será construido com ampla democracia.
Rosalvo Antonio,Pré-Candidato a Prefeito de Petrolina-PE, pelo PSOL, se diz feliz com a decisão do PSTU e agradeceu a confiança da direção estadual, dizendo que a construção de uma sociedade socialista requer união entre a esquerda e compromisso com as transformações sociais,a nossa vitória será a vitória dos trabalhadores, dos excluidos do acesso a bens e serviços, dos movimentos sociais, sidicais e de todos que sonham com uma petrolina diferente, democrática e sobretudo justa. Estamos conversando também com o PCB que é outro partido do nosso campo de aliança, estamos aguardando posicionamento oficial, para que juntos possamos fazer a diferença na eleição municipal. Desejamos contar com a presença de todos na convenção municipal que tudo indica vai ocorrer no início de junho em Petrolina, estamos avaliando no partido.

Geração de energia em Pernambuco

Heitor Scalambrini Costa Professor da Universidade Federal de Pernambuco Analisando o Balanço Energético de Pernambuco-BENPE (1998 foi o último ano disponibilizado) e informações mais recentes, verifica-se que apesar das fontes renováveis (hidreletricidade, carvão vegetal, lenha, álcool e bagaço de cana) ainda contribuírem com a maior parcela na oferta total de energia; estes energéticos vêm, ano a ano, reduzindo sua contribuição. Por sua vez, as fontes não renováveis (derivados do petróleo e gás natural), vêm aumentando sua participação, mostrando assim que a prioridade ao longo dos últimos anos foi, e é de incentivar os combustíveis “sujos” para atender a demanda energética do Estado. Não se pode continuar fingindo não saber que o uso de combustíveis fósseis na geração elétrica e em outras atividades, constitui a principal causa do aquecimento global. No mundo, é a cadeia produtiva da energia, dependente fundamentalmente dos combustíveis fósseis, a responsável por 70% das emissões do principal gás de efeito estufa (GEE), o CO2. Estudos mostram que se as previsões de instalação de termelétricas no País, contidas no Plano Decenal de Expansão de Energia forem cumpridas, promoverão um aumento de 172% nas emissões de GEE em relação ao ano de 2008. E ai Pernambuco tem muito a contribuir. No faraônico Complexo Industrial e Portuário de Suape está sendo implementado um polo de termelétricas a combustíveis fósseis. Já estão em funcionamento a UTE TermoPernambuco (grupo Neoenergia) no município de Ipojuca, que possui uma potência instalada de 532 MW, consumindo 2 milhões de m3/dia de gás natural e liberando 5.000 ton/dia de CO2; a UTE TermoCabo (grupo EBrasil) localizada no distrito industrial do município do Cabo de Santo Agostinho, conectada ao Sistema Interligado Nacional, com uma potência instalada de 50 MW, consumindo aproximadamente 250 ton/dia de óleo combustível e emitindo 800 ton/dia de CO2 (encontra-se no modo hot standby - pronta para operar), e a termelétrica Suape II (grupo Bertin), localizada no Cabo de Santo Agostinho, com 380 MW de potência instalada consumindo 2.000 ton/dia de óleo combustível, com emissão diária de 6.000 toneladas de CO2, quando em funcionamento. Já a termelétrica Suape III (grupo Bertin), cujo protocolo de intenção foi assinado entre o empreendedor, e o Governo do Estado em 13/09/2011, considerada a maior do mundo, terá uma potência de 1.452 MW, e está planejada para operar com óleo combustível, com consumo estimado de 8.000 ton/dia e emissão de 24.000 ton/dia de CO2 , com inicio de operação para 2013; e a termoelétrica da Refinaria Abreu e Lima com óleo combustível, prevista com uma potência de 200 MW e com um consumo em torno de 1.000 ton/dia de óleo e emissão de 3.200 ton/dia de CO2. A potência total deste parque de termelétricas será de 2.612 MW, e caso todas funcionem simultaneamente serão emitidos, segundo nossas estimativas, aproximadamente por dia, 40.000 toneladas de CO2 para a atmosfera. Para o atendimento destas usinas está prevista no acordo para construção de Suape III, uma unidade de armazenamento de óleo combustível de 200.000 toneladas. Consumir óleo combustível e gás natural nas termelétricas significa devolver para a atmosfera, sob a forma de gases e particulados, uma massa enorme de carbono, de compostos de enxofre e de óxidos de nitrogênio, que foram retirados da Terra há milhões de anos. É uma imensa quantidade de carbono e compostos químicos que serão jogados na atmosfera, constituindo-se em uma agressão ao meio ambiente e contribuindo com as mudanças climáticas, com consequências inevitáveis a saúde das pessoas. Além destas emissões, todo o receio de desastres com vazamentos e derramamento de petróleo/derivados em Suape é plenamente justificável. O alerta é necessário visto que, tais acidentes estão ocorrendo com frequência assustadora no Brasil, e atingiriam ecossistemas marítimos, colocando em xeque o futuro de comunidades costeiras que vivem da pesca; além de afetar as atividades turísticas da região, já que a menos de 10 km de Suape está localizado o balneário de Porto de Galinhas e de outras lindas praias do Litoral Sul pernambucano. Derramamentos e vazamentos de óleo afetariam drasticamente toda aquela região. Do lado da saúde pública estas termelétricas já contribuem e contribuirão ainda mais para as emissões de gases extremamente perigosos como os óxidos nitrosos, compostos de enxofre, monóxido e dióxido de carbono (CO2) e metais pesados. Os atuais sistemas de filtragem e monitoramento, muito embora eficazes reduzindo as emissões, permitem que as quantidades destes produtos jogados na atmosfera sejam suficientes para aumentar a probabilidade de ocorrer doenças, particularmente as respiratórias, nas populações do entorno de Suape. Quanto ao gás CO2 não existe nenhum sistema defiltragem eficaz. Logo, é ou não é, para no mínimo, preocuparmos com que está ocorrendo naquela região a menos de 50 km do Recife?

quinta-feira, 5 de abril de 2012

Moradores da Vila Marcela Presciona e Secretário Promete Paralizar Obra

Na teça-feira 03/04/2012,a comunidade da Vila Marcela sob ameaça de construção de seis lagoas de estabiliação, realizaou uma assembléia que contou com a presença maciça dos moradores e de líderanças do bairro além de Rogério Valença, Gestor de Obras de Petrolina-PE, que após pressão da comunidade se comprometeu paralizar imediatamente o andamento das obras. A Comissão Mobilizadora composta por diversos moradores fez um abaixo-assinado e coletou mais de 600 assinaturas dos moradores e deu entrada no Gabinete do Prefeito Júlio Lóssio, Junto a Secretaria Responsávele e amnhã estará protocolando no Ministério Público da Cidadania e do Meio Ambente. Dentre os membros da Comissão este presente, Isabel Macedo, Carlos Amirim... os moradores da Vila Marcel Claudemir Batista, D. Terezinha, Durvalina Coelho consideraram positivo a reunião Estiveram ainda presente o morador , Conselheiro Estadual das Cidades, Rosalvo Antonio, que consierou justa as reividicações da comunidade e taxou de anti-democrática a ação dos Governos Municipal e Estadual que não ouviram a população, mas considerou positiva a presença do Gestor de obras, "esperamos que os reclames da comunidade seja de fato e de direito ouvidos", concluiu Rosalvo Antonio.

quarta-feira, 4 de abril de 2012

VIDA EM PLENITUDE

Terça, 03 de Abril de 2012 Sumak kawsay é uma expressão dos índios aymaras, dos Andes; significa “bem viver” ou “vida em plenitude”. “Vim para que todos tenham vida e vida em plenitude”, disse Jesus (João 10, 10). Nos conceitos cristão e indígena, essa vida plena nada tem a ver com riqueza e acúmulo de bens materiais. Antes, encerra uma proposta de felicidade, de um bem-estar espiritual respaldado por condições dignas de existência. Participei, em Quito, de seminário em torno do tema Sumak kawsay. Em seguida, fui a Cochabamba para um evento internacional sobre ecologia, que retomou o paradigma de uma vida que considera necessário o suficiente. E em Havana, no colóquio internacional “José Martí: por uma cultura da natureza”, tive oportunidade de reaprofundar o tema. Nosso atual modelo hegemônico de sociedade, baseado no consumismo e na acumulação do lucro, encontra-se em crise. De cada três habitantes do planeta, dois vivem entre a pobreza e a miséria. Todas as formas de vida estão ameaçadas pela degradação ambiental. Apesar disso, mais de 6 mil culturas e 500 milhões de pessoas resistem à modernidade neocolonialista que o paradigma anglo-saxônico insiste em nos impor. O Fórum Social Mundial cunhou a utopia de “um outro mundo possível”. Ora, melhor falar em “outros mundos possíveis”, abertos à pluralidade de etnias e culturas. O que nos exige uma atitude iconoclasta, de derrubar os mitos da modernidade capitalista, como mercado, desenvolvimento e Estado uninacional, fundados na razão instrumental. Ao questionar as lógicas mercantilistas, desenvolvimentistas e consumistas, contribuímos para desmercantilizar a vida. Sabemos todos que, em nome do deus Mercado, água, florestas, mares e demais bens da Terra, deixam de ter valor de uso para ter apenas valor de troca. Até as relações pessoais são sempre mais mercantilizadas. “Vida em plenitude” nos exige resgatar a sabedoria dos povos originários, numa atitude relacional e dialógica com a natureza e os semelhantes. Abaixo a cultura do shopping, do consumismo desenfreado! Agora, trata-se de viver bem, e não de viver melhor que o vizinho ou de acordo com as imposições do grande oráculo do deus Mercado: a publicidade. “Viver bem” é poder pensar, discernir e decidir com autonomia; promover a interculturalidade e a diversidade lingüística; admitir a variedade de formas de democracia; favorecer os autogovernos comunitários; socializar o poder. Os povos originários, como as nações indígenas que se espalham Brasil afora, sempre foram encarados, por nosso citadino preconceito, como inimigos do desenvolvimento. Conheço sumidades acadêmicas que não se envergonham de defender a integração dos índios ao nosso modelo de sociedade urbana. Ora, este nosso modelo é o grande inimigo daqueles povos. Sequer somos capazes de nos perguntar como podem ser felizes se não possuem a parafernália de produtos e as condições de conforto que a publicidade apregoa como necessárias a uma vida feliz. Frente à crise da civilização hegemonizada pelo capitalismo, é hora de se construírem novos paradigmas. Isso implica valorizar outras formas de conhecimento, integrar o humano ao natural, respeitar a diversidade de cosmovisões, desmercantilizar e socializar os meios de comunicação e opor a ética da solidariedade à competitividade. Se a secularização da sociedade descarta cada vez mais a idéia de pecado, urge introduzir a da ética, a fim de ultrapassar esse limbo de relativização dos valores que tanto favorece a corrupção, a ridicularização do humano, a prepotência de quem se julga único portador da verdade e não se abre ao direito do outro, à diversidade e ao diferente. Uma revista inglesa propôs a um grupo de leitores verificar, durante três meses, quais os produtos estritamente necessários para que cada um se sentisse feliz. Todos, sem exceção, concluíram que se ampliou o orçamento familiar ao constatar o alto índice de supérfluos até então consumidos como necessários. “Vida em plenitude” significa estar aberto e relacionar-se com o Transcendente, a natureza e o próximo. Não basta, porém, abraçar essa atitude como mera receita de auto-ajuda. É preciso transformá-la em projeto político, de modo a reduzir a desigualdade social e universalizar o acesso de todos à alimentação, à saúde, à educação e aos demais direitos básicos. Ao contrário do que pregava o teólogo Adam Smith, é fora do Mercado que reside a salvação. Frei Betto é escritor, autor de “A arte de semear estrelas” (Rocco), entre outros livros. Website: http://www.freibetto.org Twitter: @freibetto

Política educacional: mitos e mentiras

Escrito por Otaviano Helene Terça, 03 de Abril de 2012 Muitas das decisões políticas brasileiras são justificadas, junto à população, com base em mitos que parecem reais ou mentiras que parecem verdades. Vamos ver alguns deles relacionados à educação. Mitos da educação básica Há um mito que afeta não apenas a educação, mas também outros setores de interesse coletivo. Esse mito pode ser resumido na frase “o problema não é falta de recursos, mas, sim, falta de gestão”. Esse mito parece real, pois qualquer que seja a atividade, seja ela executada pelo setor público ou privado, é sempre possível encontrar alguma parte do todo que é ou parece mal gerida. Entretanto, não é com base nas exceções ou em casos especiais e particulares que se devem construir as políticas públicas, mas sim com o que acontece no setor como um todo. No caso da educação básica, é evidente que o problema é falta de recurso, pois o investimento por mês e por estudante no setor público é pouco superior a R$ 200 (valor estimado de 2012 com base no Fundeb). É, portanto, um absurdo dizer que não há problemas de recursos. E os principais repetidores daquela frase fazem parte do grupo econômico cujos jovens e crianças frequentam escolas com investimentos várias vezes superiores àquele valor e jamais aceitariam colocá-los em escolas de duzentos reais mensais. Quando a falta de recursos é demonstrada, aparece outro mito: “apesar dos recursos limitados, é possível ter boas escolas, como mostram alguns exemplos”. De fato, às vezes surge alguma escola pública sem nenhuma característica especial (como ser uma escola técnica, um colégio militar ou um colégio de aplicação, por exemplo), que tem bons indicadores. Isso prova o que é afirmado acima? Certamente, não. O Brasil tem perto de 200 mil estabelecimentos públicos de educação básica com uma característica média. E aquelas 200 mil escolas se distribuem em torno dessa média, até mesmo de uma forma bastante heterogênea, por causa tanto da variedade de vínculos institucionais que elas têm como da heterogeneidade dos municípios e estados. Assim, se a média é ruim, encontraremos um enorme número de escolas que podem ser classificadas como tal, ruins; mas encontraremos, também, muitas que devem ser classificadas como péssimas e outras como aceitáveis. Algumas, ainda, estarão abaixo do que poderíamos considerar como péssimas, pois podem apresentar, por fatores aleatórios, professores desmotivados e em quantidade insuficiente, estudantes despreparados e com enormes dificuldades materiais, problemas estruturais, absoluta falta de recursos, diretor desinteressado etc. Eventualmente, entre as cerca de 200 mil escolas, encontraremos algumas que apresentam bom desempenho, também por fatores apenas aleatórios e casuais, por terem, em certo momento, um quadro de professores completo, um corpo de estudantes que, também casualmente, tenham as necessárias condições de estudo, professores com “pique” e não sobrecarregados etc. Portanto, achar algumas escolas que estão distantes da média, seja para um lado, seja para o outro, prova apenas que a média é uma combinação do todo e que as coisas, sejam o que forem, apresentam variações em torno dela. Ilustrações de que a existência de boas escolas públicas é fruto da mera flutuação aleatória em torno de uma média ruim são fornecidas pelos resultados do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica do Estado de São Paulo, Idesp. Entre as mais de 3500 escolas que oferecem o ensino médio, apenas três apresentaram um desempenho acima de 5,0 em uma escala que vai de zero a dez, sendo o melhor resultado igual a 5,98 e o menor, a 0,33. Está evidente a variação em torno de uma média baixa. E a ilustração de que cada escola pode ter suas características variadas de ano para ano é dada por uma delas, que em determinado ano foi a que apresentou o melhor desempenho e, dois anos depois, caiu para o grupo da terça parte com piores resultados (1). Em resumo, não devemos tomar nossas decisões de políticas públicas com base em exceções, mas, sim, nas regras. Alguns mitos do ensino superior (2) Um dos mitos relativos ao ensino superior é que o investimento para manter um estudante em um curso de graduação em uma instituição pública é maior do que em uma instituição privada, o que concorda com outro mito, de que a administração pública é ineficiente enquanto a privada é eficiente. Aquele mito é construído com base na simples divisão do orçamento de uma instituição pública pelo número de estudantes e comparando com as mensalidades de uma instituição privada. Isso está errado por várias razões. Uma instituição pública tem, em seu orçamento, várias despesas não correspondentes à educação (por exemplo, no caso da USP, Unesp e Unicamp, as três universidades estaduais paulistas, incluem em seus orçamentos o pagamento de aposentadorias, enquanto as aposentadorias das instituições privadas são pagas por órgãos previdenciários). Além disso, as instituições públicas têm atividades de pesquisa que raramente existem nas instituições privadas. A comparação do custo de um estudante também não deve ser feita pela média das instituições, sem especificar as áreas de conhecimento, pois há grandes diferenças de valor entre os diferentes cursos. Os investimentos necessários para manter um estudante de graduação em um curso que tem laboratórios complexos e em grande quantidade, cujas aulas não podem ter um número excessivamente grande de estudantes e com altas cargas didáticas, podem ser cinco ou mais vezes superiores aos investimentos em um curso onde não há laboratórios e cuja carga horária é bem menor. Como as instituições privadas concentram seus estudantes em cursos com esse último perfil, comparar a média dos orçamentos público e privado por estudante, sem precisar a área de conhecimento, falseia totalmente a realidade. Quando a comparação é feita área por área, vemos que a realidade é bem diferente do mito. Os custos de um estudante de graduação em um mesmo curso em instituições públicas e privadas são bastante próximos e, não raramente, maior nas instituições privadas do que nas públicas, em especial quando se consideram cursos de qualidade equivalente (3). Aqui vai outro mito. Há uma afirmação bastante divulgada de que as universidades públicas privilegiam os estudantes economicamente mais favorecidos, em detrimento dos menos favorecidos, portanto, contribuindo para aumentar ainda mais as desigualdades e injustiças do país. Isso é verdade? Vamos ver. A seleção econômica é, infelizmente, um processo plenamente presente no sistema educacional brasileiro, do começo ao fim. Entretanto, no ensino superior, essa seleção ocorre não pelo vínculo institucional do estabelecimento, mas, sim, pelo tipo de curso procurado. E em cada tipo de curso, os estudantes mais favorecidos estão nas instituições privadas, não nas públicas. Os estudantes vindos dos estratos mais favorecidos da população estão nos cursos mais procurados, de maior prestígio social e que levam a profissões mais bem remuneradas: medicina é o exemplo mais conhecido. Nos cursos que levam a profissões com menores remunerações e que são menos procurados (como os de formação de professores), estão concentrados os estudantes dos segmentos economicamente mais desfavorecidos: a Pedagogia talvez seja o melhor exemplo. E, como regra, em cada um dos cursos – considerando a área de conhecimento e sua qualidade –, a renda média dos estudantes de uma instituição privada é superior à renda média dos estudantes de uma instituição pública. Vamos aos números (4): a renda familiar média dos estudantes de Medicina é cerca de três vezes superior à renda média dos estudantes de Pedagogia, ilustrando bem como ocorre a seleção econômica pelo tipo de curso. Mas a renda média dos estudantes de um mesmo curso nas instituições privadas é até 30% superior à dos estudantes nas instituições públicas. Talvez o mecanismo que explique essa última característica seja o seguinte. Dois estudantes, um mais desfavorecido e outro com maior renda, disputam uma vaga em um determinado curso em uma instituição pública e ambos têm insucesso. Ao mais pobre, resta procurar outra instituição pública, tentar no ano seguinte ou procurar outro curso; o mais favorecido poderá se inscrever em uma instituição privada que ofereça aquele curso desejado e pagar por ele. Outro mito, ainda, é quanto à existência de vagas ociosas nas instituições privadas de ensino superior, usado para justificar a criação do ProUni (5). Se olharmos os últimos dados estatísticos disponíveis, veremos que, para as 2,67 milhões de vagas oferecidas em cursos presenciais pelo setor privado, houve apenas 1,18 milhão de ingressantes (44% de taxa de aproveitamento (6)). Entretanto, as vagas não ocupadas de forma alguma podem ser consideradas como ociosas, pois não correspondem a salas, professores, bibliotecas, prédios, equipamentos, laboratórios etc. sem ocupação. Ao contrário, as instituições privadas sabem, de antemão, que aquelas vagas oferecidas não serão ocupadas e, se são oferecidas, é apenas por uma estratégia de mercado – oferecer todas as possibilidades aos potenciais clientes, mesmo sabendo que haverá interessados apenas para uma fração delas. Isso não é diferente da estratégia de vendas de um supermercado, que satura totalmente o campo de visão dos potenciais compradores, de tal forma que, qualquer que seja a direção em que olharem, encontrarão um produto à venda. Como as vagas oferecidas, aqueles produtos todos não serão vendidos (portanto, a exposição não é ociosa), mas precisam estar lá. O número de vagas muito além daquelas que serão ocupadas, ao invés de indicar ociosidade, revela o enorme poder que as instituições privadas de ensino têm, pois, ainda que venha a haver pressão do MEC para que maus cursos sejam fechados, há uma enorme margem de manobra que lhes permitirão continuar oferecendo vagas e cursos abundantemente. A sobra de vagas, ao invés de denotar uma ociosidade, mostra, de um lado, o uso delas em uma estratégia tipicamente comercial e, de outro, a permissividade dos órgãos públicos em permitirem a criação de instituições, cursos e vagas sem que haja demanda. Há muitos outros mitos relativos à educação no Brasil e desconstruí‑los é necessário. Entretanto, mitos são mitos e, a cada um que descontruímos, outro pode ser criado. Portanto, precisamos ficar permanentemente atentos para evitar que eles cresçam, pois os estragos que podem fazer são muitos e duradouros. E o apoio encontrado por muitas políticas danosas ao país e à maior parte da população depende da crença nesses mitos.

segunda-feira, 2 de abril de 2012

MORADORES DA VILA MARCELA SE REVOLTAM COM SITUAÇÃO DE ABANDONO

TEMENDO EPIDEMIA DE DOENÇAS INFECTO-CONTAGIOSAS, MORADOERES DA VILA MARCELA EM PETROLINA-PE, SE REVOLTAM COM O DESCASO DOS PODERES PÚBLICOS.
A Vila Marcela em Petrolina, tem cerca de 20 anos de existência e vive em completo abandono, um dos exemplos é os esgotos escoando à céu aberto muito próximo das residências, formando-se um foco de desciminação e contaminação de doenças infecto contagiosas. Como se não bastase o poder público começa implantar seis lagoas de estabilização nos arredores do bairro, para jogar esgotos de outras localidade da cidade. Já tendo uma lagoa de estabilização para tratamento dos esgotos do bairro Vila Marcela, que nao vem recebendo a devida manutenção, os moradores se revoltam e protestam principalmente pelo fato de não terem sido consultados e debatido os impactos ambientais e sociais alem de econômicos que poderão causar aquela comunidade. Na tentativa de conhecer e discutir sobre o Projeto classificado pelos moradores como danoso, uma Comissão de moradores fizeram visita "in-loco" e viram que as obras já estão bastante avançadas no tocante ao desmatamento, com isso, na tentativa de obter maiores esclarecimentos sobre o Projeto das obras a Comissão vai amanhã 03/04/2012, procurar os órgãos competentes para conhecer e requisita o projeto, ao mesmo tempo em que mobilizam a comunidade para uma Assembléia de Moradores, que vai ocorrer na quadra de esporte da Vila Marcela, a partir das 19h, do dia 03/04/2012 (terça-feira), onde será aprofundo o debate e feito a consulta polpular sobre o assuntos. São integrantes da Comissão de moradores:Cícero Tiago, Carlos Amorim, Daniela, Claudemir Tavares, Alba, Erica e Isabel Macedo.

domingo, 1 de abril de 2012

O PSOL DE PETROLINA APOIA O MOVIMENTO PELA EMANCIPAÇÃO DE IZACOLÂNDIA

No dia 11 de março de 2012, o Secretário Geral do PSOL e Pré-candidato a Prefeito de Petrolina, Rosalvo Antonio, esteve em Izacolândia na companhia do assessor jurídico do PSOL, o advogado Juamis Barbosa e mais dois militantes e pré-candidatos a vereador, Nilson Carlos e Carlos Amorim. Lá em izacolândia os representantes do PSOL se encontraram com a Comissão Pró Emancipação que tem o Técnico em Edificações Júlio Cesar como principal articulador do movimento e em seguida participaram de uma Carreata em defesa da emancipação do povoado de Izacolândia seguido de um ato político, que contou com a participação de diversos moradores e lideranças políticas estadual e nacional. Rosalvo Antonio que tambem é Conselheiro Estadual das cidades e Secretário de Comunicação e Relações Sociais do Conselho Popular de Petrolina, participou da Mesa do evento. Rosalvo fez mensão ao importante trabalho que a comissão vem realizando de forma pluripartidário e parabenizou a população de Izacolândia pela participação no evento. Isacolândia preenche os requisitoa necessário para se emancipar só depende de decisão política e se depender do PSOL a comunidade vai realizar esse grande sonho, vamos se articula com nossa bancada na Câmara dos Deputados e no Senado para fortalecer a luta em prol da emancipação política de Izacolândia em Petroina-PE, concluiu Rosalvo. Izacolândia dista 50km Petrolina. O representante da Comissão, Júlio Cézar,considerou o evento como um encontro que une não apenas o distrito de Izacolândia, mas, tambem o estado e o pais, que vem dando as mãos na luta pela emancipação de novos distritos, uma verdadeira irmandade, na tentativa de flexibilizar e acordar os poderes públicos para o desenvolvimento, apartir do desmembramento dos recursos públicos, na criação dos novos entes federativos que são a criação das novas cidades. Toda essa organização partiu dos esforços de uma sociedade preocupada com o abadono dos poderes públicos visivelmente notáveis em Izacolandia – Essa mobilização mostra os anseios do povo e respalda a constituição que nos arbitra a possibilidade de cobrarmos o interesse da sociedade e aqui podermos plantar o verdadeiro novo no chão, conclui.